sexta-feira, 18 de maio de 2007

Juvenil ou Varonil?

Por Kurt


Recebe o afeto que se encerra em nosso peito... Juvenil ou varonil ? É comum ver as pessoas divergirem durante a execução do Hino à Bandeira.

Majoritariamente, os brasileiros trouxeram dos bancos escolares a letra do Hino à Bandeira utilizando-se a palavra Juvenil em seu estribilho. Contudo, vemos que alguns utilizam a palavra Varonil.

A fim de tentar explicar tal fenômeno, bem como esclarecer qual a expressão correta a ser empregada no Hino à Bandeira, foi que elaborei esta pesquisa.

O Exército Brasileiro empreendeu uma pesquisa à Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, ao Centro de Documentação do Exército e à própria biblioteca do Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEX).

O Hino à Bandeira surgiu de um pedido feito pelo Prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, ao poeta Olavo Bilac para que compusesse um poema em homenagem à Bandeira, encarregando o professor Francisco Braga, da Escola Nacional de Música, de criar uma melodia apropriada à letra. Em 1906, o hino foi adotado pela prefeitura, passando, desde então, a ser cantado em todas as escolas do Rio de Janeiro. Aos poucos, sua execução estendeu-se às corporações militares e às demais unidades da Federação, transformando-se, extra-oficialmente, no Hino à Bandeira Nacional, conhecido de todos os brasileiros.

O Boletim do 1º Trimestre de 1906 da Intendência Municipal, publicado pela Diretoria Geral de Polícia Administrativa, Arquivo e Estatística, da Prefeitura do Rio de Janeiro, apresenta a letra e a partitura do Hino à Bandeira, como resultado das gestões de Francisco Pereira Passos. Nessa publicação — a mais antiga dentre as levantadas — aparece a palavra juvenil.

A 2ª edição do livro "A Bandeira do Brasil", de Raimundo Olavo Coimbra, publicada em 1979 pelo IBGE, em sua página 505, publica o hino com a palavra juvenil no estribilho.

A modificação da expressão Juvenil por Varonil no Hino à Bandeira pode ser explicado por alguns motivos que fazem sentido: Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865 - 1918) compôs o hino para que as crianças das escolas públicas do Rio de Janeiro tivessem uma canção para acompanhar o hasteamento da Bandeira Brasileira, quando da inauguração da escola Tiradentes, no Rio de Janeiro. Depois, então, foi que o Hino tomou notoriedade e se incorporou ao domínio público e finalmente chegou aos quartéis. As Forças Armadas teriam sido autorizadas por Olavo Bilac a cantar o Hino à Bandeira substituindo a expressão Juvenil por Varonil, pois, afinal de contas, os soldados deveriam ser considerados VARÕES e não INFANTES.

Nesta toada, podemos considerar válidas as duas versões do Hino à Bandeira, mas devemos ser cautelosos. Fora instituído oficialmente o Hino à Bandeira utilizando-se a expressão Juvenil e sua substituição pela expressão “Varonil” somente foi autorizada pelo poeta às Forças Armadas.

Assim, os paisanos (homens sem farda) devem, por dedução, respeitar a originalidade do hino devido à ausência de outorga de seu autor. Por qual razão cantar este majestoso hino de maneira diversa, tal como os militares?

Desta arte, varões ou infantes, todos devem cantar o Hino à Bandeira na composição original, recebendo o afeto em seus peitos Juvenis.

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